Os Defensores (Crítica)
" _Entre deslizes na história, união das séries de heróis da Netflix/Marvel faz boa estreia_ "
Por: Alisson Rodrigo- Após 3 anos, a unificação do universo da Marvel na Netflix enfim aconteceu. Na última sexta-feira vimos a estreia da primeira temporada de Defensores.
A série nos trouxe uma boa interação entre os personagens, além de ligar e estabelecer de forma concreta todas as séries e histórias desse universo da Netflix.
Durante todos os 8 episódios da primeira temporada vimos o que o público sempre almejava, a relação entre Jéssica Jones, Luke Cage, Demolidor e Punhos de ferro, além da ligação que foi feita entre os demais personagens das séries solos.
Da mesma forma das HQs, é apresentado a relação de Luke Cage e Danny Rand (Punhos de ferro), não dá mesma forma tão cômica quanto, mas mesmo assim os personagens acabam transmitindo o início de uma amizade para a continuidade da história dos heróis. Em contrapartida, a série serviu para tentar evoluir os personagens, que por muitos foram alvo de críticas durante suas temporadas solos. O caso mais recente foi Punhos de ferro que acabou sendo extremamente criticado pela adaptação morna de um personagem com grande potencial mais com poderes mal desenvolvidos e histórias sem empolgação. Uma forma de trazer essa evolução para o personagem foi o introduzindo como "alvo" para os vilões da série, tirando-o de ser ofuscado pelos outros personagens que são mais carismáticos.
Um dos grandes acertos da série foi de longe a inesperada relação entre Matt Murdock (Demolidor) e Jéssica Jones, trazendo um pouco de alívio cômico para a série. Jéssica tentando passar por cima de toda sua birra, "zoando" a caracterização de Demolidor e com uma personalidade bem diferente, sem seus traumas e mais centrada em sua vida pessoal.
Já Matt, carrega nas costas suas escolhas, e consequências do passado. O trauma na perca de Elektra é o abalo em suas amizades.
O que já era esperado, e anunciado foi o retorno de Elektra com um visual mais fiel às HQs, vivida pela atriz Élodie Yung, que deu aos telespectadores um show de interpretação e coreografias de lutas bem mais desenvolvidas, e animadoras, tornando a personagem bem mais atrativa nas telas.
A ameaça inicial continua por conta dos vilões que já foram desenvolvidos desde o início das séries da Netflix, o tentáculo torna-se mais presente e ameaçador. A presença da grande atriz Sigourney Weaver no papel de Alessandra, uma das líderes do tentáculo, que esbanja elegância é uma interpretação perfeita anima os fãs, mas a história apresenta objetivos confusos que se desenrolam de forma fraca e sem fundamentos claros, que acabam se perdendo ao decorrer da temporada.
A interação entre os quatro personagens principais funciona de forma leve e bem resolvida, cada um mostrando sua personalidade e tentando da melhor forma entender um ao outro. Outro fator que teve um pouco de evolução foi as coreografias de lutas, apresentadas bem mais evidentes e recorrentes na história, mesmo merecendo serem mais evoluídas, serem melhores trabalhadas e bem mais montadas , principalmente Jéssica Jones e Luke Cage que merecem coreografias menos monótonas.
Outro ponto que deixou a desejar foi a presença de subtramas que envolvessem o elenco que estava ali presente, que em alguns momentos ficaram apenas para encher a cena de personagens, como foi o caso de Malcom, Trish, Foggy e Page. Alguns personagens secundários tiveram um pouco de espaço na trama, mas sem muitas relevâncias na história da série, Claire, Misty e Colleen apenas sendo um elo para a unificação do universo.
A série nos trouxe muitas coisas que já eram esperadas, ficando um pouco no conformismo e sem arriscar em cenas mais ousadas, levando a série a ficar com uma história rasa na maioria das vezes.
Contudo a série deu um bom ponta pé inicial, deixando um campo mais que preparado para a evolução de personagens futuros e consolidando a continuidade do universo da Marvel na Netflix, por isso de zero a cinco sua nota é, (00/04).
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